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CPS-UAConselho de Paz e Segurança da União Africana
A União Africana (UA), atualmente composta por 54 países-membros, tem como objetivos principais livrar o continente africano dos vestígios remanescentes da colonização e da segregação, promovendo a unidade, a solidariedade e a cooperação entre os Estados africanos, além da proteção da soberania e da integridade territorial. A UA apresenta, como parte de suas responsabilidades, a função de deliberar e decidir sobre a intervenção em um Estado-membro em casos de circunstâncias graves, como crimes de guerra, genocídio e crimes contra a humanidade, ou em casos de pedidos desse Estado-membro. Assim sendo, a organização deve trabalhar diretamente com a Organização das Nações Unidas (ONU), promovendo a cooperação internacional dentro e junto da ONU e suas agências e programas (AFRICAN UNION, 2000).
Imagem 1: Sessão Ordinária do Conselho de Paz e Segurança da União Africana Estão na área de atuação do CPS-UA temas como o caso de Darfur, região localizada no oeste do Sudão. Em 2003, dois movimentos rebeldes darfurianos tomaram forma: o “Exército de Libertação Sudanesa” (Sudan Liberation Army – SLA) e o “Movimento de Justiça e Igualdade” (Justice and Equality Movement – JEM). Esses movimentos atacavam o governo do general Omar Bashir, no poder desde 1989, após um golpe militar que tomou o controle do Sudão. Tanto o SLA quanto o JEM queixavam-se da marginalização de Darfur e da opressão do governo contra os não-árabes a favor da população árabe do país (UNITED HUMAN RIGHTS COUNCIL, 2014).
A resposta do governo sudanês foi a organização de milícias árabes, conhecidas como Janjaweed, ou “diabos a cavalo”. Essa resposta, associada às crescentes políticas de imposição de uma identidade nacional unificada pelo único partido exisente – a Frente Islâmica Nacional –, levou a uma escalada da violência em Darfur, marcada pelos conflitos entre as forças do governo sudanês e os movimentos rebeldes (DE WAAL; FLINT, 2005; UNITED HUMAN RIGHTS COUNCIL, 2014). Imagem 2: milicia Janjaweed. O conflito, que dura mais de 10 anos, ainda está longe de ser finalizado, devido à permanência dos confrontos e da escalada da violência. Até agora, de acordo com estimativas das Nações Unidas, 2,7 milhões de pessoas permanecem em campos de deslocados internos, e mais de 4,7 milhões de pessoas dependem de ajuda humanitária. Mais de 400 aldeias foram completamente destruídas por forças sudanesas e milícias, e milhões de civis foram forçados a abandonar suas casas. Agricultores darfurianos estão sendo deslocados e assassinados. Ao todo, o conflito já custou 400 mil vidas e já desalojou mais de 2,5 milhões de pessoas. Mais de cem pessoas continuam a morrer todos os dias, e cinco mil morrem a cada mês (UNITED HUMAN RIGHTS COUNCIL, 2014). REFERÊNCIAS <http://www.au.int/en/sites/default/files/ConstitutiveAct_EN.pdf>.Acesso em: 28.jan.2014.
AFRICAN UNION PEACE AND SECURITY COUNCIL. “Protocol relating to the establishment of the Peace and Security Council of the African Union”. In: African Union Peace and Security Website, 9 de julho de 2002. Disponível em: <http://www.peaceau.org/uploads/psc-protocol-en.pdf>. Acesso em: 03.abr.2014.
FLINT, Julie; WAAL, Alex de. Darfur: a Short History of a Long War. New York: Zed Books, 2005.
UNITED HUMAN RIGHTS COUNCIL. “Genocide in Darfur”. In: United Human Right Council Website, 2014. Disponível em: <<http://www.unitedhumanrights.org/genocide/genocide-in-sudan.htm>. Acesso em: 28.jan.2014.
Fontes das imagens
Imagem 2 - WORLD WITHOUT GENOCIDE. “Darfur Genocide”. 2012. Disponível em: <http://worldwithoutgenocide.org/genocides-and-conflicts/darfur-genocide>. Acesso em: 15.mar. 2014. |